Estiveram em visita nesta segunda-feira (17) à
Prefeitura de Uruguaiana integrantes da Expedição Xingu 2015, que conseguiu
concretizar o desejo de Diacuí Cunha Dutra, de visitar a aldeia indígena onde
nasceu.
Filha do casal Ayres Câmara e Diacuí Kalapalo, Diacuí não
chegou a conhecer a mãe, que morreu durante o parto. Desde então, vivia em
Uruguaiana, para onde foi trazida pelo pai, aos quinze dias de vida.
A cerimônia do casamento
de Ayres Cunha com a índia Diacuí Kalapalo, primeiro matrimônio de gênero
oficialmente ocorrido no Brasil, foi realizada na Igreja da Candelária, no Rio
de Janeiro, reunindo cerca de 10 mil pessoas. Assis Chatobriand, dos Diários
Associados, foi padrinho do casamento.
Quando da morte de
Diacuí, Ayres retirou-se das selvas e retornou à Uruguaiana, onde viveu seus
últimos anos de vida. Depois de 50 anos, ele retornou às selvas do Xingu e
trouxe de lá os restos mortais de Diacuí. Ainda em vida, o Governo Federal, em
reconhecimento aos seus serviços prestados, concedeu-lhe, uma pensão vitalícia
e o Município lhe concedeu a Medalha de Ouro e o título de “Comendador”. Morreu
com 82 anos de idade, em 1997.
O projeto de realização
de uma nova expedição ao Xingu, nos mesmos moldes da ocorrida em 2015, foi
apresentado nesta manhã ao prefeito Ronnie Mello pelo produtor cultural Duclerc
João da Silva.
A meta é revisitar a
aldeia onde Diacuí nasceu. Com isso, contam com o apoio do Governo do Estado. Um grupo de indígenas virá do Xingu e percorrerá o Estado, acompanhado por Diacuí. A viagem será finalizada em Uruguaiana, no final de novembro,