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Um estudo do governo estadual em parceria com a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), e coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) visitou em Uruguaiana cerca de 500 pessoas escolhidas aleatoriamente para o teste.
Mesmo com algumas recusas, principalmente de pessoas idosas, que foram visitadas, o desenvolvimento da pesquisa sobre o novo coronavírus vem alcançando seus objetivos. Os índices de cobertura da população escolhida estão próximos do proposto pela coordenação dos trabalhos. A pesquisa, na primeira etapa, ocorreu de sábado (11) até ontem (13) no município. 
A cada residência pesquisada, um morador respondia a um questionário, com perguntas como idade, escolaridade e sintomas, além de ser submetido a um teste rápido (teste bioquímico que requer uma gota de sangue, extraída da ponta de um dos dedos). 

Participação da comunidade
A idosa Ilda Sirlei, de 74 anos, foi uma das pessoas a integrar a pesquisa realizada neste sábado. Segundo seu relato, a realização do questionário e do teste lhe deram ainda mais tranquilidade durante o período de quarentena, que ela garante estar sendo cumprido à risca. “Desde março não saio de casa, respeitando o que as autoridades em saúde pública determinaram”, diz Dona Ilda. 
Já a advogada Margarida Marques afirmou que o trabalho é importante, principalmente para levar mais tranquilidade à população. “Fica feliz em ter sido escolhida em participar e dar a minha contribuição a esse estudo que deve trazer muitas informações após sua conclusão”, disse.

Município e universidades integrados
Conforme a farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde, Raqueli Bitencourt, com a conclusão do trabalho, será possível a elaboração de estratégias de saúde pública para o enfrentamento da Covid-19. A pesquisa foi aplicada por acadêmicos e cursos da área da saúde da Unipampa, Campus Uruguaiana. Eles estiveram identificados por um crachá de identificação e uma carta de apresentação do estudo. A pessoa entrevistada tem garantido o sigilo e o direito de não querer participar da pesquisa.
A professora do Curso de Enfermagem da Unipampa, Jeniffer Harter, disse que foram selecionados trinta alunos da Universidade. Os universitários tem uma grande participação no desenvolvimento da coleta das informações. “A abordagem feita junto à população foi muito importante, onde todos buscamos a realização de uma atividade que nos traga um retrato fiel do atual quadro que enfrentamos”, ressaltou. “É a oportunidade da Unipampa de demonstrar o real significado de sua inserção junto à comunidade e da qualidade do serviço que vem sendo prestado e desenvolvido aqui no município”, explicou a Docente.

Análise fiel da realidade com transparência e ética
O teste detecta a presença de anticorpos, as imunoglobulinas IgM e IgG, que são defesas produzidas pelo organismo somente depois de sete a dez dias da data de contágio pelo vírus. Nesse período, o resultado pode apontar negativo, mesmo que a pessoa tenha contraído o coronavírus. 
No decorrer de abril e maio o levantamento será repetido mais três vezes, em intervalos de 15 dias. As próximas etapas estão previstas para 25 de abril, 9 e 23 de maio. Ao todo, serão aplicados dois mil testes na cidade.
Além de Uruguaiana, a pesquisa está sendo feita em Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz, Passo Fundo, Ijuí, Caxias, Canoas e Porto Alegre. O prefeito Ronnie Mello disse que a pesquisa inédita e pioneira está alinhada ao trabalho desenvolvido no município desde o início do combate à pandemia. “Saber quais as condutas e medidas a adotar diante da situação, podem fazer a diferença no momento de salvar vidas”, completou o Prefeito. 
Os testes foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde, e a coleta de dados está sendo realizada pela empresa Instituto de Pesquisas de Opinião (IPO).