Há 80 anos, em 12 de outubro de 1945, era aberta ao tráfego a Ponte Internacional Agustín Pedro Justo – Getúlio Vargas, ligando Uruguaiana (Brasil) a Paso de los Libres (Argentina). Mais do que uma obra de engenharia, a ponte se tornou parte da identidade fronteiriça e um dos principais eixos rodoviários do país.
Hoje, oito décadas depois, ela segue sendo o principal acesso terrestre entre Brasil e Argentina e uma das rotas mais movimentadas da América do Sul. Só no primeiro mês do veraneio de 2025, mais de 330 mil turistas cruzaram a estrutura — número que reforça o peso econômico e logístico de Uruguaiana, maior porto seco de fronteira da América Latina e terceiro maior do mundo em extensão.
Mas foi em abril de 1961 que a ponte se eternizou na memória nacional, ao servir de cenário para uma das fotografias mais emblemáticas da política brasileira. Na imagem, o então presidente Jânio Quadros aparece com os pés tortos, em pose hesitante, tendo a ponte ao fundo. O registro, capturado durante uma visita à fronteira, passou a simbolizar a incerteza que marcaria sua trajetória.
Poucos meses depois, o presságio se confirmou: Jânio renunciou ao cargo, encerrando um dos mandatos mais curtos e controversos da história republicana.
De lá pra cá, o tempo passou, mas a ponte segue firme — unindo territórios, histórias, culturas e destinos. Símbolo da integração e do movimento constante da fronteira, a Ponte Internacional Agustín Pedro Justo – Getúlio Vargas continua sendo, 80 anos depois, um cartão-postal vivo do encontro entre Brasil e Argentina.
Autor: Ana Carolina Gomes - Secom/PMU