Ir para o conteúdo

A Prefeitura de Uruguaiana encerrou, na tarde desta segunda-feira (14/7), o último abrigo que ainda estava em funcionamento para acolher pessoas que tiveram a casa atingida pela cheia do Rio Uruguai. A última família desabrigada, que mora no bairro Mascarenhas de Moraes e estava no Centro Esportivo Zona Leste, retornou ao seu lar por volta das 16h. As últimas transferências foram coordenadas pela Defesa Civil com apoio da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada.

Apesar de não haver mais pessoas em abrigos da Prefeitura, ainda há desalojados no município. O grupo representa indivíduos que optaram por ficar em barracas próximas às suas residências ou que estão em casas de parentes ou amigos. A Prefeitura continua a assistir as pessoas nesse momento de retomada da normalidade.

No ápice da cheia de 2025, foi necessária a abertura de três abrigos para receber atingidos: Centro Esportivo Zona Leste, Centro Esportivo Nova Esperança e ginásio da escola Elisa Valls. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes) monta cestas básicas a serem encaminhadas às famílias a partir de doações feitas pela população, entidades e arrecadações em eventos.

Os integrantes do Zona Leste, último abrigo a ser fechado, já recebem os itens. As pessoas que estavam no ginásio do Elisa Valls e no ginásio Nova Esperança vão ser convocadas, em data ainda a ser definida, para comparecer nas localidades e receber os kits mediante os cadastrados firmados no período da enchente. Desalojados vão receber a partir de entrega a ser feita pela Coordenadoria Municipal da Defesa Civil.

“Foram dias difíceis em que a resiliência foi fundamental para enfrentar os desafios. Agradeço aos parceiros, aos voluntários e a cada munícipe que se prontificou a ajudar mediante ação ou doação. Agora, é essencial o cuidado com as pessoas para que façam a retomada de suas vidas de forma breve e sólida”, salienta o prefeito Carlos Delgado.

Suporte e acolhimento

Os abrigos administrados pela Prefeitura de Uruguaiana ofertaram todo o apoio às pessoas que saíram de suas casas. Nos locais eram, diariamente, ofertados café da manhã, almoço, café da tarde e janta. Na parte diurna dois coordenadores prestavam apoio e na noturna dois guardas municipais em cada localidade faziam a segurança. Rondas frequentes também eram feitas pelas Forças de Segurança.

Além disso, também foram prestados suportes nas áreas de saúde, assistência social e educação. Equipes das ESF’s próximas aos abrigos eram presenças frequentes com vacinas e demais atendimentos gerais. A Loja Solidária ofertou, de forma gratuita, roupas e calçados a quem necessitava de itens de vestuário – somente em um dia foram mais de 300 encaminhamentos. A equipe do CRAS atualizou os cadastramentos para o acesso a benefícios. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) ofertou transporte escolar a cerca de 75 alunos de 13 escolas diferentes.

A equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semas) realizou atendimentos veterinários aos cães dos abrigos. Já a Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vistoriou os locais e fez orientações de prevenção à dengue.

Rio Uruguai e atingidos

A bacia atingiu o ápice da mediação no último dia 27 de junho, quando o sistema do Serviço Geológico do Brasil (SGB) registrou 11,07m acima do nível normal. A maior enchente da história de Uruguaiana, em 1983, teve a marca de 13,68m. Em 2025, o número de desabrigados atingiu 270 pessoas e o de desalojados 1.018 indivíduos. Na última atualização, nesta segunda-feira às 17h30, foram registrados 4,84m. A medida representa a cota normal do rio.