O Laboratório de Fronteira (Lafron) de Uruguaiana integrou, nos dias 01/09 e 02/09, em Brasília, a Reunião Nacional do Projeto PROTECT, iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em parceria com o Ministério da Saúde, voltada à otimização da resposta a pandemias por meio de territórios engajados.
O PROTECT tem como objetivo fortalecer a capacidade de preparação, detecção precoce e resposta a doenças infecciosas com potencial pandêmico, sobretudo em áreas de maior vulnerabilidade, como regiões de fronteira, comunidades indígenas e ribeirinhas. Para isso, o projeto aposta em tecnologias avançadas de diagnóstico molecular, sequenciamento genômico, análise bioinformática e em estratégias de gestão e transporte de amostras biológicas, sempre alinhadas a padrões nacionais e internacionais.
Representando a nossa cidade, a biomédica Dra. Silvia Muller, responsável pelo Lafron Uruguaiana, apresentou a experiência local na vigilância laboratorial durante a pandemia de COVID-19. Sua explanação destacou o sistema estruturado de coleta e análise de amostras para motoristas do transporte internacional de cargas, ação que foi decisiva para assegurar o abastecimento e o fluxo de comércio entre Brasil e Argentina, ao mesmo tempo em que reduziu os riscos de disseminação viral.
“Estar em Brasília compartilhando a prática do Lafron é mostrar que Uruguaiana não é apenas um município de fronteira, mas sim um ponto de vigilância avançada para todo o Brasil. A forma como enfrentamos a pandemia comprova nossa capacidade de proteger vidas e sustentar atividades essenciais. Hoje, somos parte da construção de uma rede nacional mais preparada para responder a emergências sanitárias”, destacou o prefeito Carlos Delgado.
O PROTECT busca ampliar a capacidade diagnóstica dos Laboratórios Centrais (Lacen) e de Fronteira (Lafron) em áreas críticas do país.
“A atuação do Lafron Uruguaiana mostra a relevância dos laboratórios de fronteira como barreiras de proteção contra ameaças globais à saúde. Nosso histórico de testagem em larga escala, aliado ao esforço de manter protocolos alinhados com organismos internacionais, coloca o município em posição de destaque dentro da Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública”, explicou a secretária municipal de Saúde, Dra. Ane Barreto.
Segundo a própria Dra. Silvia Muller, “a experiência vivida em Uruguaiana demonstrou que a vigilância laboratorial em fronteira vai muito além dos testes: ela envolve logística, cooperação internacional e rapidez na resposta. Compartilhar esse trabalho no PROTECT é garantir que o conhecimento adquirido em momentos críticos contribua para fortalecer a rede de saúde em todo o país”.
Para a saúde de Uruguaiana, essa participação representa mais que um reconhecimento, é a integração a uma rede de conhecimento, inovação e suporte técnico que permitirá antecipar riscos, responder mais rápido a emergências e proteger com maior eficiência a população local e regional. O encontro em Brasília mostra que a fronteira de Uruguaiana é também uma fronteira de ciência e vigilância avançada.